Lobitos - dos 6 aos 10 anos

 

Organização da Alcateia

  • os elementos da Alcateia são os Lobitos;
  • os Lobitos estão divididos em pequenos grupos de 5 a 7 elementos, os Bandos
  • cada Alcateia tem de 2 a 5 Bandos;
  • cada um dos Bandos tem o nome de uma das seguintes cores
    branco, cinzento, preto, castanho e ruivo (as cores do pelo dos lobos);
  • cada Lobito usa na camisa um distintivo com a cor do bando a que pertence;
  • cada Bando tem uma bandeirola, com a cor escolhida;
  • o patrono dos Lobitos é São Francisco de Assis;
  • a cor do lenço dos Lobitos é o Amarelo (debruado a branco), cor do sol e da alegria;

Oração do Lobito

    Divino Menino Jesus,

    nós Vos oferecemos inteiramente o nosso coração.

    Enchei-o das Vossas virtudes

    e ensinai-nos a imitar-vos.

    Nós queremos seguir o Vosso exemplo,

    com toda a nossa boa vontade,

    para assim, com a ajuda de Maria,

    nossa doce Mãe,

    crescermos em graça e em idade.

    Ámen.

 

Patrono dos lobitos: S. Francisco de Assis

 

Em 1182, na cidade de Assis, em Itália, uma senhora chamada Pica deu à luz um rapaz e decidiu chamar-lhe João. O marido, quando voltou de uma viagem de negócios não gostou muito daquele nome e decidiu chamar-lhe Francisco como homenagem a França.

Os pais de Francisco viviam muito bem, não eram nobres mas eram importantes comerciantes de tecidos. Assim, Francisco teve uma infância boa e muito alegre.

Quando era jovem era o Rei da Juventude, cantava e tocava em todas as festas da cidade e tinha muitos amigos. Era muito bom e quando alguém lhe pedia esmola ele não negava nunca ajuda, mas tinha o sonho de ser um grande Cavaleiro.

Quando Francisco tinha 20 anos, rebentou a guerra entre Assis e Perusa, uma outra cidade italiana, ele foi combater ao lado das tropas da sua cidade e foi feito preso, voltou a casa doente e nunca mais teve a mesma alegria.

Um dia, na estrada de Espoleto, ouviu uma voz misteriosa que lhe perguntou:

“Francisco o que é melhor? Servir a Deus ou ao Criado?”
Francisco respondeu: “Servir o Senhor!”
E a voz tornou a perguntar:
Então, porque serves o Criado?”
Percebendou que era Deus quem lhe falava, ajoelhou-se e perguntou:
“Senhor, que queres que eu faça?”
Deus disse-lhe:
“Volta a Assis, lá te direi o que quero de ti”
Em Assis havia uma linda capela em ruínas, a Capela de S. Damião, Francisco ia lá muitas vezes rezar ao pé do cruxifixo e um dia Deus tornou a falar-lhe:
“Vai Francisco e recontroi a minha Igreja que está em perigo de ruína.”
Pensando que Deus queria que reconstruísse aquele templo, Francisco decidiu reconstruir a Capela de S. Damião.

Um dia passou por um homem doente, um leproso. A lepra era uma terrível doença sem cura e muito contagiosa, ninguém se aproximava dos leprosos. O leproso olhou para Francisco e pediu-lhe esmola, cheio de pena do homem, ele desceu do cavalo e abraçou-o e em vez de ter medo, sentiu uma enorme alegria no seu coração.

Um dia, na missa, ouviu as palavras do Evangelho,  “Ide pelo mundo e anunciai o reino de Deus. Não leveis nada para o caminho, nem bolsa, nem cajado...” e julgou que eram para si.
Quando voltou a casa, repartiu todos os tecidos da loja e dinheiro pelos pobres. O seu pai ficou muito zangado e disse-lhe que tinha que lhe devolver tudo. Francisco despiu a roupa que tinha e disse ao pai que a partir daquele momento não mais lhe chamaria pai. A partir dali seria somente filho do Pai que está no Céu, de Deus.

Ao verem Francisco nú, os servos do Bispo deram-lhe um manto para se cobrir. Durante muito tempo, andou por toda a Itália a espalhar a palavra de Deus e juntou muitos amigos que deixavam tudo o que tinham para seguirem com ele. Francisco e os seus amigos viviam do que lhes davam e passavam a sua vida a falar sobre Deus e Jesus e a cantar cânticos de louvor, dormindo ao ar livre ou em cabanas.

Francisco queria que ele e os seus companheiros fossem pobres e simples, que se parecessem com Jesus e passaram a chamar-se Frades Menores e saudavam-se com as palavras “Paz e Bem”.

Quando já eram muitos, Francisco decidiu ir a Roma pedir autorização ao Papa para criar uma nova ordem, mas o Papa Inocêncio III julgou que a ordem tinha regras muito duras. Nessa noite o Papa sonhou que a Basilica de S. Pedro estava a ruir e que era Francisco quem a sustentava aos ombros, de manhã mandou chamá-lo, ajoelhou-se aos pés dele e peritiu que se fizesse a nova ordem, a Ordem dos Frades Menores.

Numa noite de Natal, Francisco representou o Presépio na cidade de Greccio, enquanto cantavam apareceu um bebé na mangedoura e, a partir desse Natal, todos começaram a representar-se presépios em todo o mundo e em todas as casas.

Perto de Assis, em Gúbio, havia um lobo que atacava a população e quando Francisco chegou à cidade todos se qeixaram do Lobo e disseram-lhe que o queriam matar. Francisco foi até à montanha e falou com o lobo e a partir desse dia a população dava de comer ao animal e o animal tornou-se meigo e carinhoso e nunca mais atacou ninguém.

Ao fim de alguns anos, Clara de Assis foi ter com Francisco e disse-lhe que se queria juntar a ele e à sua causa de adoração a Deus. Francisco cortou-lhe o cabelo e Clara tornou-se Mãe Espiritual de todas as jovens que quiseram juntar-se a eles nascendo, assim, a Ordem das Clarissas.

Francisco adorava todas as criaturas porque considerava todos de irmãos, para Francsco todos os animais eram filhos de Deus e, por isso, seus irmãos. Um dia Francisco estava a rezar e apareceu-lhe um anjo envolvido numa luzmuito intensa, depois de desaparecer Francisco reparou que tinha feridas nas mãos e nos pés, eram as Chagas de Cristo (as feridas de Jesus).

Aos 45 anos de idade, no dia 3 de Outubro de 1225, Francisco doente e quase cego pediu aos seus amigos para o deitarem sobre a terra nua e, ao som do cântico das criaturas, morreu e de todo o lado vieram pássaros e pousaram junto dele.

 

Linguagem da selva

Os símbolos são imagens que nos trasportam para outro mundo, quando olhamos para elas podemos ver outras coisas que nelas estão escondidas. Os símbolos da alcateia são imagens que representam para nós o mundo da selva e do lobitismo e, por isso, são imagens que nos identificam e com as quais nos identificamos.

Grande Uivo

O Grande Uivo é o grito de reunião da Alcateia. Ele é a representação de tudo o que é importante na Alcateia, desde os lobos e as suas características passando pelas personagens de O Livro da Selva, até à promessa do Lobito. Faz-se sempre que há acontecimentos importantes e se quer agradecer a presença de alguém.

Vara Totem

A Vara Totem é uma vara que tem na ponta uma cabeça de lobo que pode ser esculpida em madeira ou em qualquer outo material. A Vara Totem de uma Alcateia deve contar a história da Alcateia, ou seja, ela deve ter marcas que identifiquem os Lobitos e os seus Chefes bem como as actividades da Alcateia.

Sol

O Sol é o símbolo da luz, do calor, de Deus e da alegria.

Rocha do Conselho

É o local de reunião da Alcateia, nele se tomam todas as decisões importantes e todas elas são partilhadas com toda a Alcateia. É um local de decisão, de responsabilidade e de partilha.

A Selva

A Selva, a vida ao ar livre é o símbolo da aventura e do mistério. Quando vivemos na natureza, ao ar livre, somos mais uma peça neste grande puzzle que é o Planeta Terra.

Lenço Amarelo e Branco

O lenço é o simbolo que identifica todos os escuteiros do mundo, quando olhamos para uma criança que tem um lenço ao peito sabemos logo que é um escuteiro. Quando olhamos para a cor do lenço sabemos a que secção pertence a criança. Os Lobitos têm lenços amarelos e brancos, amarelos cor do sol e de Jesus que nos iluminam e ajudam a crescer

Lobo

O Lobo é para nós Lobitos o símbolo da responsabilidade e da liberdade, ele representa todo o Povo Livre e a forma como ele se comporta na Selva. É um Lobo astuto e atento, dócil e amigo, corajoso e caçador que todos queremos ser.

Saudação

A saudação dos Lobitos representa as orelhas de um lobo quando está com atenção, e os dois artigos da Lei do Lobito. A posição do polegar sobre o anelar e o mindinho tem o mesmo significado que na saudação do resto dos escuteiros, o mais forte protege sempre o mais fraco.